Ali estava eu. Confiante que minha prova tinha sido um sucesso. Orgulhosa, pois sabia toda a matéria e havia me dado super bem, com certeza!

Até que a professora entregou a prova. 

O que era isso? Cadê a notona?“, pensei. Não era possível. Eu sabia toda a matéria. “Por que Senhor?”, murmurei. 

Triste e frustrada fui até minha professora, no momento do intervalo, e falei: 

— Não fiquei feliz com minha nota, professora. Esperava uma nota maior.

Ela me respondeu:

Não se desespere Mari. Te conheço. Também fiquei triste pela sua nota, que nem foi tão mal assim, mas sei do seu potencial. Às vezes é necessário um tombo para nos levantarmos. Mas não se preocupe, você vai conseguir recuperar e vai dar tudo certo. Muitas vezes na minha vida eu também precisei cair. Estudava bastante, mas a nota nem sempre era correspondida. Acontece. Mas não fica assim. Você vai conseguir! Bola para frente.

Como é de se esperar, as lágrimas começaram a rolar no meu rosto.

Voltei para minha carteira muito chorosa e esperei a aula começar novamente.

Até que senti alguém tocando no meu ombro.

Era um dos poucos alunos que permaneceram na sala enquanto estava no momento do intervalo.

Era um menino que nunca conversei, que nem mesmo sabia o nome.

Ele falou: “Olha, não fica assim. Já passei diversas vezes por isso e vai dar tudo certo. Você vai conseguir. Conversei com a professora um pouco antes de você e ela me disse que agora a matéria vai ficar mais tranquila. Você vai conseguir.”

Todas essas palavras já foram o motivo de eu me derramar mais em lágrimas. Não mais pelo acontecido da nota, mas por toda aquela mobilização de consolo que eu estava recebendo e, principalmente, o que aquele menino fez: ter saído do fundo da sala, ter se levantado da carteira e ter vindo falar comigo, sem ao menos me conhecer.

Nesse momento me recordei do versículo de 2 Coríntios 1:4, que diz:

“É ele que nos conforta em toda nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus.”

Tanto a professora quanto esse menino só puderam me consolar porque já haviam passado por uma situação parecida. O consolo deles era verdadeiro e tinha peso, pois eles já tinham experimentado a vitória da tribulação.

Naquela hora pensei comigo: “Puxa, Senhor! Quantas situações o Senhor já permitiu na minha vida, quantos consolos já recebi de Ti, mas poucas foram as vezes que eu consolei alguém que eu ao menos nem conhecia. Me perdoe, Senhor”.

Jovens, por diversas vezes o Senhor usa-nos pouco pela nossa falta de disposição de ir até as pessoas para consolá-las. Nós nos limitamos, muitas vezes, apenas às pessoas que conhecemos.

Cristo veio a essa terra para os que eram Seus, e os Seus não O receberam (Jo 1:11). Ele veio curar, consolar e salvar aqueles que nem mesmo O conheciam. Veio para aqueles que nem mesmo O valorizavam. Ele fez tudo isso sem distinção de povo. Ele fez tudo isso porque se importava com as pessoas.

Sabe aquela experiência de dor, de sofrimento, de injustiça?! Deus vai te consolar, para você, no tempo oportuno, poder consolar a outros, te tornando mais útil para a obra Dele!  

Tribulações são bênçãos disfarçadas. O que seria de nós se tudo na nossa vida fosse fácil ao ponto de nem mesmo precisarmos nos voltar ao Senhor para orar?! Certamente Cristo teria menos valor para nós. Mas quando temos a certeza que as tribulações produzem para nós eterno peso de glória (2 Co 4:17), passamos a valorizar e a considerar cada situação.

Após essa experiência que passei, deitei minha cabeça no travesseiro e dormi feliz, pois percebi o tamanho do cuidado do Senhor comigo nas tribulações.

Até agora não sei como e por quê fui desabafar com a professora sobre minha nota, mas tenho certeza que isso foi necessário para que no fim tudo pudesse se redundar em louvor, glória e honra na presença Dele (1 Pe :6,7). Se eu não tivesse feito isso eu não teria recebido tanto consolo e alegria num momento tão difícil, como também não teria tido essa experiência de vida para compartilhar com vocês!

Para terminar, fica o encorajamento: nota baixa inesperada não é o fim de tudo! Se Deus consola é porque Ele vê um futuro diferente daquele que vemos. Temos a tendência a ser pessimistas e desesperar, mas Deus traz uma visão positiva do que está adiante e esperança. Portanto, se tirar nota baixa, receba o consolo de Deus como coragem para voltar a estudar e seguir em frente. Perder uma batalha não é perder a guerra. É sim a oportunidade de ouvir o general, ajustar a tática, aprender novas estratégias e vencer na próxima! E o nosso general é Cristo! Vale a pena seguir Seus passos e conselhos rumo à vitória. Coragem!

Você tem passado por situações de consolar ou ser consolado? Conte-nos sua experiência! Também queremos ganhar mais de Cristo por meio das experiências de vocês.

P.S.: Na prova do segundo bimestre consegui nota para ser aprovada. Louvado seja o nosso Senhor!