Estava pensando ultimamente sobre o que me motivava a praticar alguma coisa. O que te motiva a comer? A fome. E a beber? A sede. E a dormir? O sono.  Que te motiva a trabalhar? Fazer o que gosta, o que te dá prazer,  e consequentemente ter um retorno financeiro ou simplesmente ganhar dinheiro?

O QUE MOTIVAVA JESUS?

Refletindo sobre isso e tendo comunhão com o Criador, comecei a me perguntar: o que motivava Jesus? Certamente ele sabia sobre tudo o quanto iria passar, as dores, o sofrimento, todo o processo. Até mesmo pediu ao Pai que, se possível, passasse dele tudo o quanto haveria de sofrer (Mt 26:39). A agonia e a dor era tamanha que Jesus suava sangue (Lc 22:44). Jesus morreu por amor, tamanho amor que não importavam as provações. Ele sofreu por amar incondicionalmente o homem. Jesus também passou por sofrimento psicológico. Em Lucas 22 diz: “E estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra”. Hoje conhecemos esse raro fenômeno como “hematidrose”:

“A Hematidrose é um fenômeno raríssimo, apenas uma fraqueza física excepcional onde o corpo inteiro dói, acompanhada de um abatimento moral violento causada por uma profunda emoção, por um grande medo. Apenas um ato destes pode causar o rompimento das finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas onde o suor anexa-se ao sangue formando a hematidrose.”

Jesus amava e ama a todos. Essa era a Sua motivação, Ele ama o homem de tal forma que Seu desejo era reconciliar o homem com Deus (Rm 5:10, 2 Co 5:18-19). Para Ele não importava a dor diante do imenso amor que sentia por nós. Deus poderia, muito bem, acabar com a humanidade e criar uma criatura que tivesse o simples objetivo de amá-Lo e servi-Lo, mas Deus ama imensamente o homem. Ele quer o nosso amor, assim como uma mãe procura o seu filho e o filho precisa do cuidado da mãe, Deus deseja a nossa presença e o homem precisa do seu Criador. Essa era a motivação de Jesus, a reconciliação.

O QUE ME MOTIVA A BUSCAR CRISTO?

Mas, o que me motiva a buscar a Cristo? Sabemos que Deus realizou uma grande obra de amor para resgatar o homem do pecado e da morte (Mt 20:28, Rm 5:20-21, Jo 8:36, Is 38:17), mas o que me motiva a estar na presença Dele? São as coisas que Ele me proporciona ou porque eu O amo? Eu amo o Reino, simplesmente porque eu desejo ser arrebatado e não passar por nenhum sofrimento, ou eu amo a pessoa de Jesus, o amor que Ele sente por mim? Às vezes, podemos ver o nosso Senhor apenas como um Deus que livra: “Ah, busco a Deus porque Ele ajuda a resolver meus problemas, quando eu preciso eu vou até o Senhor.”

Se eu amo mais as coisas de Deus,  do que a pessoa Dele, eu não O amo verdadeiramente. Se eu vou até Ele simplesmente porque Ele me livra de problemas e porque me dá algo que eu necessito, eu não dou o devido valor a Jesus. Quando eu era criança e ganhava alguma coisa que eu queria muito do meu pai, às vezes, eu nem agradecia, esquecia de tudo e ia brincar com o meu presente. Só dizia um “obrigado” (às vezes)  ou um “eu te amo” quando eu ganhava alguma coisa. Era um amor interesseiro. Dava mais valor para as coisas materiais do que o cuidado que ele tinha comigo, quando ele me ouvia chorar e me ajudava, ou as brincadeiras que tínhamos. Meus brinquedos eram mais especiais do que a presença e o amor do meu pai. Mas o tempo passou, eu amadureci e vi que o amor e a atenção que meus pais me davam tinha muito mais importância do que qualquer coisa que eu poderia ganhar. As coisas materiais não tinham tanto valor quanto o amor que meus pais me davam.

Assim como eu amadureci humanamente, amadureci na vida cristã também. Desde criança até hoje, a palavra tem sido dispensada a mim, o que me levou a ler mais a palavra e ter comunhão com o meu Deus. A constante comunhão com o Senhor é algo fundamental para nosso amadurecimento.

Como já dito, Jesus sofreu por amar o homem não importando sua condição, porque não sofreríamos por amor a Ele? Em um relacionamento, quando duas pessoas se amam, as dificuldades não importam. Esse deve ser o nosso amor com Deus: tudo sofre, tudo suporta. (1 Co 13:7).

Devemos amar o Pai pelo que Ele é e pelo imensurável é imutável amor com que nos amou e gastar mais tempo em Sua presença, conversando, contar o nosso dia, chorar diante Dele, etc. Para amá-Lo, precisamos conhecê-Lo, ter intimidade, orando, clamando o Teu santo nome. Assim, a nossa motivação não será pelo que Ele tem para nos dar, mas será o que Ele é. Vamos retribuir esse amor adorando-O, bendizendo-O e louvando-O até findarem os nossos dias sobre a terra.

“Amo o Senhor, porque ele ouve a minha voz e as minhas súplicas. Porque inclinou para mim os seus ouvidos[…]” Sl 116:1-2