Você era gigante.

Expandiu pelo meu peito e me tirou o ar.

O folêgo da vida era corrompido pela fumaça da dor.

Então, você se alastrou pelos meus pensamentos.

Criou ervas daninhas na minha alma,

roubou o meu sono, a minha calma.

Me fez ver uma névoa e fechou o tempo do meu sorriso.

 

Vendo de cá, percebo que eu te deixei no centro do meu coração.

Eu  segurei sua mão enquanto você destruía a minha paz.

Caí na armadilha das suas mentiras e acreditei que você me definia.

Acreditei que  éramos um só. 

Achei que o trincado do vaso não poderia ter conserto.

Oh, pobre alma incrédula!

 

Tal como Pedro, em pleno naufŕagio,

avistava as ondas e os ventos.

Fitava meus olhos na dor e não em Jesus.

Tal como Jó questionava,

o orgulho e a soberba

tomavam conta do meu coração.

 

Mas Aquele que fez Lázaro retornar da morte para a vida,

da escuridão para a luz,

me chama para fora mais uma vez.

A voz inconfundível do Mestre quebra os grilhões do meu inferno,

rasga as ataduras da incredulidade,

faz sangrar o peito endurecido.

Despedaço-me, desmonto-me, prostro-me.

 

É quando estou perto da cruz o suficiente,

que meus olhos testemunham o sangue e a água.

O perdão e a vida.

No madeiro que Te pregaram em angústia e Te coroaram em aflição, 

noto o Teu silêncio. 

“Morto!” – disseram

 

Mas o que detém o Filho do Deus vivo?

Seu amor caminha pelos ladrilhos da morte e faz tremer a escuridão.

Seu amor vence.

A memória do meu Amado castigado trata das minhas feridas.

E ressurge a vida nas entranhas do meu ser.  

 

Agora sei, Jesus conhece o que é padecer.

Isso não significa que minha dor é irrelevante,

porém, quando comparada com a glória, é sempre pequena, leve e momentânea.

 

Quando ofertei o meu coração machucado e abri mão da minha justiça,

Sua realidade pôde me trazer para o barco,

e me devolver em dobro o que eu perdi. Curada.

Transformada.

O que ardia na alma, já tem gosto de misericórdia.

Oportunidade de salvar vidas.

O sofrimento nunca é o fim, embora possa ser o caminho.

 

Para aquela dor assombrosa, a fúria do Seu amor e poder. 

Ela era gigante, mas agora a vejo pequena.

Uma lembrança, um memorial

da manifestação de Deus no meu viver.


Colaboração enviada por Lais Oliveira. Envie sua Colaboração para o Eu Vos Escrevi! Para saber como, clique aqui.