A vida cristã é cheia de princípios e regras que precisam ser guardados para que possamos desenvolvê-la de maneira sólida e saudável na presença de Deus e na comunhão com o corpo de Cristo, a Igreja. Se esses princípios forem quebrados, teremos um final amargo como resultado.

Observando a Parábola do Filho Pródigo, vemos uma ilustração clara desse fato. Também conseguimos perceber a crueldade do mundo e o modo como Deus restaura o homem que se afastou, mas que se arrependeu e retornou à Sua casa. É o que veremos. Espero que goste!

O Primeiro Princípio Quebrado: O Tempo Certo da Herança

“Pai, dá-me a parte dos bens que me toca” (Lc 15:12).

Na vida humana é normal recebermos a herança quando os nossos pais falecem. No caso da parábola, o filho pediu a sua parte enquanto o pai ainda estava vivo. Em termos de significado, era como se o filho mais novo já considerasse o pai como morto.  Nada nele o agradava mais. Esse filho ignorou completamente o tempo certo da herança: o futuro.

Provérbios 20:21 diz que a herança que se obtém com ganância no princípio, no final não será abençoada. Ao pedir a herança antecipadamente, o filho demonstrou mais amor ao dinheiro que ao pai. Toda sua ganância ficou evidente. Como resultado o filho pródigo viveu a falta de bênção logo após receber sua herança, tal qual falaremos em breve.

O Segundo Princípio Quebrado: A Proximidade com o Pai

“Poucos dias depois, o filho mais moço ajuntando tudo, partiu para um país distante” (Lc 15:13).

Insatisfeito com a casa do Pai, com suas regras e com as pessoas, aquele filho juntou todos os seus bens e foi embora para uma terra distante. Isso foi um golpe doloroso e profundo no coração do pai, que certamente havia pago alto preço para construir o lar e cuidar da família.

Aplicando isso, podemos dizer que a casa do pai é a Igreja; o filho, um cristão; e a terra distante, o mundo. Assim, esse filho representa um cristão que deixou a igreja e foi viver no mundo.

Infelizmente esse jovem deixou a proximidade com o pai e foi viver seus dias em um lugar de morte, pois o mundo jaz no maligno (1 Jo 5:19). Esse jovem deixou a vida, a paz e a intimidade da casa de Deus pensando que encontraria felicidade no mundo.

O Terceiro Princípio Quebrado: Não Se Manter Íntegro

“[…] e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente” (Lc 15:13).

Quando o filho chegou na terra distante,  gastou todos os bens preciosos que havia herdado de seu pai, perdendo-os pouco a pouco. O mesmo acontece com um cristão que deixa a igreja. Contra esses, Satanás investe todos os seus esforços para acabar com a herança, os valores, os princípios, até que cheguem em um estado de depravação moral total.

Ao cair no mundo, o jovem pensava que iria construir felicidade e prosperidade. Em vez disso, o que realmente aconteceu foi que toda a felicidade e prosperidade que trazia consigo da casa de seu pai foi perdida porque ele não se manteve íntegro e passou a viver dissolutamente.

Jovem, enquanto estamos na casa do Pai nos mantemos a salvo e seguros, no mundo somente perdemos o que já conquistamos. Isso porque acabamos vivendo de forma dissoluta, “embriagada”, sem juízo, sem integridade. Ir para o mundo é admitir uma vida sem juízo, que põe a perder as conquistas e admite sofrer humilhação.

O Maior Momento de Decadência do Filho

“E, havendo ele dissipado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a passar necessidades. Então foi encontrar-se a um dos cidadãos daquele país, o qual o mandou para os seus campos a apascentar porcos. E desejava encher o estômago com as alfarrobas que os porcos comiam; e ninguém lhe dava nada” (Lc 15:14-16).

Esse é o ponto de maior humilhação. Quando aquele filho saiu de casa, ele jamais pensou que isso pudesse acontecer, pois tinha a riqueza da herança do seu pai. Ao viver de forma dissoluta, o filho perdeu tudo.

Esse viver dissoluto faz o mesmo conosco e desgasta de tal modo nossos valores, que chega um momento em que aquelas pessoas que tinham valores contrários aos nossos passam a ser nossos parceiros, amigos e até irmãos. Inclusive, foi exatamente isso que Ló fez quando chamou de irmãos os moradores da cidade que desejavam abusar os anjos enviados para o salvar (Gn 19:7).

Nessas horas, o vazio da vida que se leva no mundo vem à tona. O estômago dói a ponto de o jovem desejar comer os restos de comida dados aos porcos. Só que o mundo é assim: ele tira toda a nossa riqueza e não entrega nada para saciar a nossa fome. Sendo assim, o vazio continua e ninguém ali é capaz de nos suprir, pois eles mesmos estão sedentos, necessitados das delícias que há na presença do Pai (Sl 16:11).

A Misericórdia do Pai

“Caindo, porém, em si, disse: Quantos empregados de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados. Levantou-se, pois, e foi para seu pai. Estando ele ainda longe, seu pai o viu, encheu-se de compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. Disse-lhe o filho: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.” (Lc 15:17-21).

No mundo há muitas aflições e há carência do Pão da Vida. Por isso, quando o filho cai em si, lembra-se que em vez de fome, na casa de seu pai havia satisfação. Os empregados de seu pai eram muito melhor tratados do que ele estava sendo naquele momento.

Graças a Deus pelo Espírito que busca diligentemente o pecador para conduzi-lo ao arrependimento e de volta à presença do Pai (Lc 15:8-10). Esse é o momento em que o amor de Deus age e o jovem percebe que o caminho é voltar para a casa do pai.

Deus é impressionante. Que amor! Mesmo quando o filho apareceu, vindo ao longe, desfigurado, sujo, maltrapilho, o pai o reconheceu, correu em sua direção e o recebeu com um apreço inesperado. Deus jamais se esquece dos seus filhos (Is 49:15-16).

A Graça Alcança o Filho Pródigo

“Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-o, e ponde-lhe um anel no dedo e alparcas nos pés; trazei também o bezerro, cevado e matai-o; comamos, e regozijemo-nos, porque este meu filho estava morto, e reviveu; tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a regozijar-se” (Lc 15:22-24).

Além de recebê-lo de volta com tamanho amor, aquele pai tinha pressa para restaurar o seu filho.

Primeiro, mandou trazer a melhor roupa, que significa Cristo como nossa justiça (1 Co 1:30). Depois o anel, que significa o selo do Espírito, selando e separando aquele filho como propriedade exclusiva (2 Co 1:22). Por fim, veio o calçado nos pés que significa a separação do mundo. E, então, sabiamente, percebendo a fome voraz, o pai mandou trazer o melhor bezerro para oferecer para aquele filho, que significa Cristo morto na cruz para desfrute dos cristãos (Rm 5:10).

A Parábola do Filho Pródigo Nos Encoraja a Voltar Para Deus Sem Medo

Jovem, não importa a situação em que você está, a natureza de Deus não muda. Se estiver insatisfeito, com desejo de deixar a igreja, ou se já estiver afastado, nas duas situações, Deus continua amando você. Então, levante-se, não importa se você está maltrapilho e faminto, o Pai espera você e tem a veste, o anel, a sandália e o bezerro preparados para você.

Não olhe para sua condição ou se detenha no pecado cometido, pois o poder de Deus faz superabundar a graça onde abundou o pecado! (Rm 5:20). Sendo assim, volte para a casa de Deus hoje! Não tenha medo! Deus espera por você, dê os passos na direção Dele e se prepare para ter sua alegria e satisfação restaurados!

Colaboração enviada por Ary Júnior.