“Esperastes o muito, e eis que veio a ser pouco, e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu com um assopro o dissipei.
Por quê? – diz o Senhor dos Exércitos; por causa da minha casa, que permanece em ruínas, ao passo que cada um de vós corre por causa de sua própria casa” (Ag 1:9)
Hoje em dia, cada vez mais os jovens concentram suas energias em busca da sua carreira profissional, estabilidade econômica, etc. Procura-se segurança, bem-estar, e isso demanda tempo. A estabilidade econômica, o dinheiro, realmente conferem proteção. Porém só uma coisa confere vida: a sabedoria: “A sabedoria protege como protege o dinheiro; mas o proveito da sabedoria é que ela dá vida ao seu possuidor” (Ec 7:12), que é a Palavra de Deus, que é o próprio Deus (Jo 1:1).
Não queremos aqui desanimar os jovens quanto a perseguir uma carreira; isso é excelente. Mas alertamos para o perigo de gastarem todo seu tempo e energia nisso, esquecendo-se de se abastecerem da vida de Deus e de cooperarem com Ele. Assim como nossa vida biológica nos é útil para nossos propósitos, a vida de Deus é útil para cumprirmos o propósito de Deus.
Primeiramente, vale ressaltar o compromisso que temos para com Deus. 1 Coríntios 6:20 diz: “Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus com o vosso corpo”. Cristo pagou o preço de sangue por nós e, hoje, somos Sua propriedade. Ele nos salvou da morte e lhe devemos a vida: “Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2 Co 5:14,15). O Senhor não nos obriga a servi-Lo, Ele nos constrange com Seu amor. Hoje vivemos para Aquele que por nós morreu e ressuscitou, e também vivemos por meio Dele, porque Ele é a nossa vida e, sem Ele, morremos: “Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele” (1 Jo 4:9). Só vivemos por causa Dele, então, Lhe entregamos nossa vida. Sabemos também que Ele cuida de nós e podemos dizer como Samuel: “até aqui nos ajudou o Senhor” (1 Sm 7:12b).
“Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus com o vosso corpo” (1 Co 6:20)
Diante de tudo isso (e há muito mais versículos que afirmam nosso compromisso com Deus), somos constrangidos a renovar nossa consagração. Porém, muito embora sejamos conquistados pelo Senhor, percebemos que cuidamos muito mais das nossas próprias coisas, dos nossos próprios objetivos, e pouco O buscamos, sobra pouco tempo para fazer a Sua vontade.
Frequentemente fazemos votos do tipo: “quando eu tiver mais tempo, saio para pregar o evangelho e vou servir na igreja”, “quando eu tiver mais tempo, lerei a Bíblia”, “quando eu tiver mais dinheiro, vou ofertar”. Esse tipo de voto é antigo e não agrada a Deus.
Ageu 1:9 diz: “Esperastes o muito, e eis que veio a ser pouco, e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu com um assopro o dissipei. Por quê? – diz o Senhor dos Exércitos; por causa da minha casa, que permanece em ruínas, ao passo que cada um de vós corre por causa de sua própria casa”. Quantas vezes esperamos o muito?! Esperamos muito tempo, esperamos muito dinheiro, esperamos muita disposição… O inimigo de Deus nos prende nessa espera e nessa promessa de “quando tiver, farei”, e cada vez buscamos mais e mais coisas para nós mesmos e menos temos para Deus. O muito vem a ser pouco. Buscamos mais tempo, e temos cada vez menos tempo para o Senhor. Buscamos mais estabilidade financeira e menos ofertamos. Buscamos cuidar mais de nossa saúde e menos a usamos para servir a Deus. Roubamos tudo para nós mesmos, enquanto o Senhor clama por trabalhadores (Mt 9:38).
O resultado de tudo isso é que menos temos da vida. Ficamos cada vez mais secos da vida de Deus, pois nos falta a sabedoria. Não sabedoria humana, mas a sabedoria que dá vida, a verdadeira sabedoria (Ec 7:12). O nosso falar passa a ser limitado àquilo que buscamos no mundo (concursos, estudos, trabalho, boa forma, etc), e menos vida flui de nós. Oh! Senhor Jesus! Que essa geração de jovens possa ser salva! O Senhor quer nos salvar!
Para nos salvar, o Senhor insiste em nos chamar. Em Cântico dos Cânticos 5, temos um relato interessante. No versículo 2 vemos que a esposa dorme, mas o coração dela está velando, ou seja, ele vigia. Gálatas 5:17 fala que a carne milita contra o espírito. A carne da esposa estava dormindo, mas algo dentro dela, o seu espírito, estava vigiando e conseguiu ouvir o Esposo batendo à porta: “Abre-me, minha irmã, querida minha” (Ct 5:2). O Senhor bate à nossa porta e nosso espírito pode ouvi-Lo. Porém, a resposta da esposa foi: “Já despi a minha túnica, hei de vesti-la outra vez? Já lavei os pés, tornarei a sujá-los?” (v.3). Quantas vezes nossa resposta é a mesma?! Toda vez que nosso espírito ouve o Senhor chamar e respondemos “Agora, Senhor? Já estou cansado, esgotado, meu corpo já não aguenta. Acabei de me deitar. Fala sério, Senhor, agora não dá”, negamos o Senhor, assim como a esposa que não quis despir a túnica ou sujar os pés. Porém nosso Amado insiste: “O meu amado meteu a mão por uma fresta, e o meu coração se comoveu por amor dele” (v. 4). Negamos o Senhor, mas Ele insiste em nós; Ele mete a mão por uma fresta e comove nosso coração. Às vezes Ele usa irmãos, reuniões ou situações para nos voltar a Ele. Ele mete a mão por uma fresta.
Jovem, o Senhor lhe chama para cear, Ele lhe chama para descansar: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele comigo” (Ap 3:20). Ele é descanso e deleite para nós: “Deleitar-se-á o perverso no Todo-Poderoso e invocará a Deus em todo o tempo?” (Jó 27:10). Ele usa irmãos, cordas humanas, alivia nosso jugo e se inclina para nos dar de comer: “Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor; fui para eles como quem alivia o jugo de sobre as suas queixadas e me inclinei para dar-lhes de comer” (Os 11:4). Ele quer nos dar vida em abundância: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10:10).
Isso significa que quando atendermos ao Senhor, Ele mesmo é nosso descanso. Não deixemos o inimigo usurpar nosso tempo, bens, corpo, disposição. Sejamos “os que se utilizam do mundo, como se dele não usassem; porque a aparência deste mundo passa” (1 Co 7:31). Busquemos a Cristo, que é nossa vida (Cl 3:4)
“e os que se utilizam do mundo, como se dele não usassem, porque a aparência deste mundo passa” (1 Co 7:31)