“Apenas uma maçã”, assim começa um trecho de um livro que li e me fez refletir sobre o que é a gratidão. Certo dia precisei fazer uma viagem e meu pai me disse: “Leva maçã, você vai sentir fome”. Não gosto muito de maçãs (risos), mas levei mesmo assim. 

Naquele dia li um livro chamado Mulheres fiéis e seu Deus Maravilhoso da Noël Piper enquanto estava no ônibus. No livro são contadas histórias de cinco mulheres, dentre elas a de uma jovem coreana chamada Esther Ahn Kim, que viveu na época da Segunda Guerra Mundial e foi presa por causa de sua fé. Assim como Sadraque, Mesaque e Abede-Nego enfrentaram Nabucodonosor (Daniel 3:14-15). A jovem Esther enfrentou as autoridades japonesas não se prostrando perante seus ídolos.

Naquela época a Coreia estava sendo reprimida pelo Japão e obrigava os coreanos a adorar a imagem da deusa Sol Amaterasu Omikami e do imperador japonês. Esther, como professora cristã, não se prostrou perante os ídolos japoneses. Era forçada a ir ao relicário com seus alunos cumprir com o ritual de se curvar aos deuses e viveu parte de sua vida fugindo das autoridades japonesas que oprimiam a Coreia. Porém após receber um forte chamamento do Senhor para pregar no Japão, um tempo depois foi presa. E você deve estar se perguntando o que isso ter a ver com não gostar de maçãs, certo?

Bom, a jovem quando estava na prisão passou por uma fraqueza gigantesca, devido à falta de alimento. Sentindo o desejo de comer maçãs, ela orou. Pouco tempo depois ficou sabendo pelo carcereiro que havia um descarregamento de maçãs estragadas e implorou que não as jogassem fora, mas que as deixassem na cela em que estava. 

“Aquelas maçãs marrons, amolecidas, pareceram-lhe como o céu, como fruta do céu. A dor deixou seu corpo, e todas as funções de seu organismo reviveram. E ela louvou a Deus por lhe enviar maçãs estragadas, porque seus dentes estavam ruins para comer maçãs frescas. Ela se preparou para esta alegria em dias passados, em que comera a parte mais estragada dos alimentos do mercado”. (PIPER, 2005, p. 149).

Amado leitor, o que o Senhor tem para nós é sempre o melhor. No caso da jovem Esther e as “maçãs estragadas”, Ele sabia que era aquilo que ela precisava. Quantas vezes o Senhor tem nos dado o que necessitamos e por quantas dessas vezes temos um coração de gratidão, assim como a palavra nos ensina? 

“Estejam sempre alegres, orem sempre e sejam agradecidos a Deus em todas as ocasiões. Isso é o que Deus quer de vocês por estarem unidos com Cristo Jesus”  (1 Tessalonicenses 5:16-18 NTLH).

Como escrevi no começo, não “curto” muito maçãs, mas fui constrangida pelo amor do Senhor ao ler sobre a experiência vivida por essa jovem no século XX.

O quero dizer é que nas menores coisas de nosso dia a dia o desejo do nosso amado Senhor é ver Seus filhos com um coração de gratidão! Que pai não se alegra em dar o melhor para seus filhos? E se o que temos vivido não tem sido como gostaríamos, ainda assim que possamos ser gratos pelo simples fato de acordar mais um dia, de ter conhecido a Jesus e ter em quem confiar.

Atualmente, no mundo se fala muito sobre gratidão, mas muitas vezes nos esquecemos que o próprio Jesus deixou esse ensinamento para nós.

Quando nos deparamos com testemunhos de mártires, crentes que realmente viveram pelo Senhor, não devemos ficar desanimados por não viver literalmente o que eles viveram, pelo contrário, testemunhos como o de Esther servem para nos iluminar e percebermos como somos privilegiados por viver num tempo e em um país onde, de certa forma, temos liberdade para nos reunir, pregar o evangelho, e amar a Cristo.

Que essa experiência nos faça perceber o quanto somos importantes e especiais, de como temos sido cuidados pelo Senhor, e que o que Ele espera é que entreguemos nosso coração inteiramente a Ele!

Colaboração enviada por Ayná Magalhães.