“Eis que temos por felizes os que perseveram firmes…” (Tg 5:11a)
Ana certamente foi alguém que perseverou e, como qualquer outro ser humano, mesmo sendo uma mulher de espírito forte, teve seus dias de tristeza e coração abatido. Após muito chorar e, até deixar de comer por conta da sua condição de esterilidade e das provocações de sua rival, algo em seu interior se tornara mais forte e maior do que a difícil pressão de não ter um filho. Ana orou: “SENHOR dos Exércitos, se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva te não esqueceres, e lhe deres um filho varão, ao SENHOR o darei por todos os dias da sua vida…” (1 Sm 1:11a).
Deus certamente ouviu a oração de Ana e tempos depois veio a tão esperada bênção. Samuel nasceu e sua mãe o consagrou, o devolveu ao Senhor que, mais tarde, o usou para mudar a história do Seu povo. Porém, um princípio precisa ser destacado: a alegria de Ana não era terrena. Apesar de ter ficado muito grata pelo filho que tanto almejava e de, certamente, ter se sentido feliz por finalmente tê-lo em seus braços, esse definitivamente não era o grande e real motivo da alegria que havia tomado o coração de Ana.
Depois de ter a experiência de derramar sua alma ao Senhor, a ansiedade e tristeza deram lugar a algo sobremodo precioso dentro dessa serva de Deus. A pressão gerou poder, um coração alegre e cheio de perseverança. Em sua oração de agradecimento, Ana não demonstra estar alegre somente por ter um filho. Na verdade, suas primeiras palavras ao orar demonstram uma alegria de fato superior: “O meu coração se regozija no SENHOR, a minha força está exaltada no SENHOR, a minha boca se ri dos meus inimigos, porquanto me alegro na tua salvação. Não há santo como o SENHOR; porque não há outro além de ti; e Rocha não há, nenhuma, como o nosso Deus.” (1 Sm 2:1-2).
O regozijo que inundara o coração de Ana é provado somente por aqueles que perseveram e permitem o tratamento e o guiar de Deus. São esses homens e mulheres, atribuídos de provações e dificuldades, que o Senhor usa para que o Seu alvo seja alcançado. Para esses, o tempo pode ser de escuro e frio, contudo, ainda assim é dia e sol. A alegria desses está verdadeiramente no Senhor. Durante a tribulação, há aqueles que se tornam os mais amargurados e lastimáveis dos seres humanos, porém também há os que passam a ser os mais felizes. A realidade não é que uns foram mais fortes ou melhores do que outros. Pelo contrário, apesar de suas fraquezas, o segredo espiritual dos que perseveram está no simples fato de conhecerem o Seu Deus e serem íntimos Dele. A resposta desses é Cristo e absolutamente nada além de Cristo é necessário para que permaneçam felizes e perseverando. São esses que em meio à aflição estão convictos da terna misericórdia e compaixão de Deus e se apegam nessa realidade – “Eis que temos por felizes os que perseveram firmes”.
O segredo espiritual dos que perseveram está no simples fato de conhecerem o Seu Deus e serem íntimos Dele.