“Depois de mais um dia de grandes milagres e sermões consoladores, nosso Mestre nos deu ordem para tomarmos o barco e atravessarmos o mar. Não hesitamos e partimos ao cair da tarde. Nossos corações estavam jubilosos por termos sido chamados a ser discípulos Daquele homem tão extraordinário. Para nós, aquela travessia não era um desafio. Pelo contrário, nosso bom Pastor nos havia dado uma tarefa na qual estávamos habituados a fazer: velejar por águas já conhecidas por nós pescadores.

Contudo, quando menos esperávamos, o mar começou a se agitar. A princípio não nos assustamos, afinal navegar era ‘a nossa praia’. Além disso, não estávamos ali por vontade própria, mas obedecendo uma ordem do nosso Mestre.

O tempo foi passando e aquela tempestade saiu do nosso controle. No início ficamos envergonhados. Como não sermos capazes de controlar uma situação tão corriqueira na vida de pescadores profissionais? Além disso, junto com a vergonha, veio o sentimento de abandono. Por que nosso Mestre que já fez tantos milagres nos colocaria nessa enrascada? Será que Ele desistiu de nós?

A viagem que começou no entardecer do dia se estendeu. Não tínhamos mais forças ou esperanças. Entramos naquele barco ainda não era noite e já se passava das 3:00 da manhã. Estávamos vivendo aquela situação terrível por mais de nove horas! Aquele período de angústia se tornou uma eternidade para nós.

Nossos olhos viam apenas aquelas ondas altas vindo contrárias a nosso pequeno barco. Contudo, sem percebermos, nosso Mestre nos observava. Ele estava orando no monte e sabia exatamente o que se passava em nossos corações. Então, no momento certo, Ele veio ao nosso encontro.

Ao se aproximar, caminhando por sobre as águas, ficamos ainda mais assustados e gritamos – é um fantasma! Pensamos ser mais um problema a ser resolvido em meio a todo aquele caos. Mas para nosso conforto, era o nosso Senhor. Ele entrou no barco e logo tudo se acalmou. Jesus nos permitiu passarmos por aquela situação para nos dar uma importante lição: tudo aquilo que nos amedronta, envergonha, que é a nossa morte e que não tem solução aos nossos olhos, Ele tem literalmente por debaixo dos Seus pés!  (Mc 6:45-52) ”.

A chegada do Senhor sempre resolve qualquer situação. Entretanto, nem sempre Ele vem no exato momento que desejamos. Ao sermos assolados pelas ondas, muitas vezes a Sua “demora” em nos socorrer dói mais que a própria tempestade, não é mesmo? Nesses casos, não vemos saída e nos sentimos abandonados pelo Senhor. Sem forças para perseverar, achamos que é o nosso fim.

Mas por ser soberano e nos amar, o Mestre olha para cada um de nós lá do alto (Is 6:1). Nada foge de Seu controle e Ele está esperando o momento exato para intervir na situação e renovar nossas experiências com Ele (Is 57:15).

O QUE FAZER ENQUANTO ELE NÃO VEM?

Enquanto o socorro que necessitamos não vem, precisamos de duas atitudes: crer que Ele virá e chorar por Sua volta. Somente conseguimos crer na intervenção de Deus quando temos clareza de quem Ele é. Ao enfrentar adversidades, amado jovem, conheça a Deus por meio da Palavra e da oração. Quanto mais O conhecemos, mais certeza temos do que Ele pode fazer e quais são Seus propósitos. Com a fé fortalecida, temos paz mesmo em meio a tempestades e a plena convicção que Ele nos socorrerá no devido tempo (Sl 23:4-5).

Além de crer que Ele sabe – e não nós – o momento certo de todas as coisas, precisamos clamar por Sua volta. Mateus 5:4 diz: “Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados”. O choro nesse contexto não se refere a tristeza por situações que sobrevêm e nos amedrontam, mas ao choro que clama pela vinda do Senhor. Podemos sim chorar por adversidades no secreto e certamente seremos ouvidos (Mt 7:7-8). Mas todas as vezes que choramos pedindo ao Senhor que volte, somos verdadeiramente consolados. Isso ocorre pois ao chorarmos assim, nosso coração é inundado com a convicção de que Sua vinda é certa e o único meio de aniquilar todo o mal. Após Sua volta nunca mais haverá qualquer tipo de tempestade (Is 60:18-22).

Recentemente, em um dos meus choros secretos ao Pai sobre algumas demoras, Ele me disse: “Filha, todos os seus problemas são a curto prazo; na eternidade já está tudo pronto e seu futuro está seguro e será infinitamente mais que tudo o que você pensa ou imagina. Você está chorando por suas tempestades e Eu estou cuidando de cada detalhe. Apenas creia! Mas que tal começar a chorar para que Eu volte e resolva não apenas as suas dificuldades, mas as de todo o mundo? Somente a minha chegada aqui irá enxugar dos olhos todas as lágrimas”.

Diante disso, querido leitor, olhe para as suas tempestades como situações que estão sob o absoluto controle do nosso Pai. Não se desespere e continue prosseguindo! Receba o consolo Dele ao clamar pela Sua volta, pois certamente Ele virá e não tardará (Hb 10:37).

Jesus é o nosso Senhor!