Romanos 3:9 diz que todos estamos debaixo do pecado. Nesse versículo, “debaixo de” também pode ser traduzido como “sob o poder”. Logo, todos nós estamos debaixo do poder do pecado. Esse poder é como uma corda que nos amarra e tira a liberdade. Sem Deus, todo homem vive essa situação e é como um escravo (Rm 6:6,12,14,17).
Depois de crer, porém, deixamos de ser pecadores escravos para nos tornar filhos livres que estão amadurecendo para se tornar herdeiros (Rm 8:14-17). Porém, nessa fase, as lutas não cessam. O inimigo continua empenhado em nos fazer ceder ao pecado. As tentações não cessam em razão de crermos, pelo contrário, muitas vezes se intensificam.
O resultado é que todos os dias estamos em constante batalha. Cansados dessa luta constante, chegamos a pensar: o que há de errado comigo? Por que não consigo me libertar de certas atitudes que voltam a me levar a pecar? Se sou nova criatura em Deus, como posso ainda sofrer derrotas em áreas estratégicas da minha vida? Nesse texto, mostraremos que é possível vencer, mas isso é responsabilidade nossa, depende de nossa escolha em ter fé e ter contato com a Palavra.
Quando conhecemos Jesus e deixamos Ele nos transformar, experimentamos a verdadeira liberdade, que nos permite adorá-lo por espontânea vontade e viver a graça. A graça nos traz o desejo de fazer a vontade de Deus que é alimentado pela fé. Isso nos faz permanecer realizando as obras do Espírito. Esse sentimento ainda nos enche de um dever: mantermo-nos longe do pecado e das obras que não provém de Deus.
Escolher uma vida assim é nossa responsabilidade. É um viver diário de tomar por fé o que foi realizado na cruz. É crer que o sangue precioso de Cristo lidou com todas as coisas negativas do universo. Na cruz, Jesus crucificou o pecado (a natureza pecaminosa), os pecados (nossos atos pecaminosos), o mundo, a velha criação, Satanás, o velho homem e aboliu a lei de mandamentos (2 Co 5:17; Rm 6:6; Gl 5:24; 2 Co 5:21; 1 Pe 2:24; Gl 6:14; Hb 2:14; Ef 2:15). Quando Jesus foi sepultado, também sepultou o nosso passado; quando ele ressuscitou ao terceiro dia, nós ressuscitamos com Ele; quando ascendeu, ascendemos juntamente com Ele e nos fez assentar nos lugares celestiais (Ef 2:6).
Logo, repito e explico mais: é responsabilidade nossa escolher e viver uma vida vitoriosa por meio da fé. Deus já fez o suficiente por nós. Todas as suas preciosas e mui grandes promessas nos foram doadas. Ele mesmo entregou Seu filho e não poupará mais nada em nosso favor. Ele mesmo nos dará graciosamente todas as coisas, inclusive o poder para ser mais que vencedores por meio da fé! (Rm 8:31-34, 37).
O segredo é crer no poder do Espírito em nosso espírito e assim anular o poder da nossa carne, como diz o versículo: “Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis” (Rm 8:13).
Essa capacidade de nos afastar do mal nos é dada através da comunhão diária com o Espírito Santo de Deus. Ele nos capacita a vencer e nos leva a uma mudança de vida duradoura, para que através da armadura de Deus, possamos resistir e vencer as tentações.
Já que se trata de uma escolha, nunca podemos nos livrar totalmente de tal responsabilidade. Infelizmente, é muito fácil colocar todas as expectativas e nossos deveres como sendo responsabilidades de Cristo. Sem dúvida alguma, Jesus veio para libertar o homem do pecado, para lhe dar sua maravilhosa graça, entretanto, é uma decisão diária manter-se livre ou não. Tomar o posto de vencedor ou retomar às velhas práticas, àquelas que tínhamos antes de conhecer a Cristo, depende de querermos ou não seguir o Seu caminho.
Além da questão da escolha e da fé, há outro item importante: a palavra.
Veja esse versículo: “não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel” (Isaías 41:10). A partir dessa leitura é importante lembrar que Deus nunca nos desampara, Ele nos sustenta e aconselha através da sua palavra. Ele é o nosso melhor amigo e confidente. No entanto, deu-nos livre arbítrio. Apesar de saber o que é melhor para cada um de nós, deu-nos o arbítrio de decidir segui-lo ou continuar exatamente onde estamos, sendo vencidos pelas circunstâncias da vida, conhecendo a liberdade de Cristo, sem, no entanto, vive-la.
Outro texto bíblico que também nos mostra a responsabilidade de permanecer livre é Gênesis 2:15-17: “E tomou o Senhor Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar. E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás”.
Neste texto, vemos que Deus nos deixa cientes da sua vontade e nos dá os meios necessários para segui-la: a fé e a palavra são dois meios que estamos enfatizando aqui. Força e refrigério são nossos presentes divinos para que possamos fazer a nossa parte, de segui-lo todos os dias, escolhendo a sua vontade em detrimento da nossa. Assim como no jardim do Éden, hoje, temos a escolha de comer ou não dos frutos que surgem ao longo da caminhada querendo privar-nos de nossa liberdade em Cristo.
Há um louvor da Aline Barros que diz: “A caminhada com Jesus não é fácil, eu sei, cair e levantar escreve a tua história”. Concordo com a música, nossa vida cristã é exatamente assim. Assim, se lembrarmos que aquele que começou a boa obra em nós, há de completá-la, pois é fiel, justo e não nos deixa desamparados; então, podemos tomar a posição de filho responsável, que sabe decidir seguir o mestre para permanecer irrepreensível e viver a liberdade oferecida por Ele. Nesse momento, encheremos a nós mesmos de fé e de Palavra para nos tornar mais que vencedores. Lembre-se a responsabilidade de permanecer livre é sua. Por isso, faça a escolha boa e certa, escolha Deus, escolha viver! Seja responsável pela sua liberdade: creia, leia a Palavra e vença!