Olá pessoal, hoje chegamos ao terceiro texto da Série “Os Puros de Coração”. Como vimos nos textos anteriores, recebemos uma nova vida quando passamos a crer em Deus. Vimos também que, nesta nova vida, precisamos nos consagrar ao Senhor, remover os pecados e principalmente abandonar o viver de pecado, pois ele encobre a luz divina em nosso interior, e nos impede de enxergar qual é a vontade e o plano de Deus em nossa vida. Como último passo para obtermos um coração puro, precisamos aprender a lidar com a consciência. Vamos falar um pouco mais sobre ela, e descobrir seu propósito nos planos de Deus.
“Por isso, também me esforço por ter sempre consciência pura diante de Deus e dos homens.” (Atos 24:16)
Para entendermos a grandiosidade da salvação de Deus para com o homem, é importante ter em mente que o homem é um ser tripartido, composto de espírito, alma e corpo (1 Tessalonicenses 5:23). O espírito é o próprio lugar da habitação de Deus em nós: “testemunhando comigo, no Espírito Santo, a minha própria consciência” (Romanos 9:1b). A consciência é uma parte do nosso espírito, o qual é dividido em: Consciência (1 Coríntios 5:3), Comunhão (João 4:24) e Intuição (1 Coríntios 2:11). Em palavras simples, a consciência vem de Deus e o primeiro estágio da salvação ocorre em nosso espírito, onde a consciência está. Nesse estágio, Deus nos justifica por meio da redenção de Cristo (Romanos 3:24-26), nos regenera em nosso espírito e nos dá um novo nascimento por meio de Seu Espírito (João 3:3-6).
Antes de Adão cometer o primeiro pecado, ele vivia na presença de Deus e não precisava da consciência. A necessidade da consciência surgiu como resultado do pecado, quando o homem perdeu a presença de Deus.
“Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça”. (Isaías 59:2).
Devido a introdução do pecado e da morte, a opinião do homem se tornou o fator mais forte de direcionamento de sua vida e de suas ações. Quando o homem vivia na presença de Deus, a consciência não tinha sua função expressa. Após a queda, houve uma distância, uma barreira entre Deus e o homem, estávamos mortos em nossos delitos e pecados (Efésios 2:1). Nosso corpo estava vivo, mas nosso espírito estava morto. Agora há três coisas que nos governam: Deus, Consciência e a Lei dos Homens.
Com a introdução do pecado em Adão, temos como resultado a desobediência a Deus que nos acompanha até os dias atuais. Diante da luz de Deus, ninguém pode dizer que não comete pecados (1João 1:8). Mesmo que se esforce para não pecar, sua condição continua sendo a de um pecador. O homem precisa da consciência porque constantemente está cometendo erros, caindo em pecados e falhando, a consciência é nosso representante da luz de Deus, ela nos mostra onde estamos desagradando a vontade de Deus.
“Dou graças a Deus, a quem, desde os meus antepassados, sirvo com consciência pura.”
(2 Timóteo 1:3a)
Esse versículo mostra que para servir a Deus, é importante ter uma consciência pura diante Dele. Como vimos no texto anterior, um cristão que quer servir a Deus, deve atentar para três coisas: 1) Confessar os pecados na presença de Deus; 2) Lidar com os pecados de forma rigorosa diante dos homens; e 3) Consagrar a Deus o seu serviço e sua vida. Depois de tratar esses três pontos, passamos a ter um sentimento, não apenas uma percepção da mente, mas um sentimento nas profundezas de nosso ser, de que devemos lidar com nossa consciência para que, através dela, possamos obter paz.
A consciência é o falar de Deus conosco quanto ao seu julgamento sobre o que é justiça. A consciência é a parte, o sentido ou a percepção que o ser humano possui do que é moralmente certo ou errado em atos e motivações individuais. A consciência nos alerta sobre o falar de Deus, é a lei de Deus inscrita em nossos corações. Ela nos alerta da necessidade de buscar o arrependimento e perdão. Não é um órgão físico que podemos ver, operar ou transplantar, mas mesmo assim existe e está em nós. Uma vez sob o governo de nossa consciência, somos libertos de um viver de humanidade caída, passamos a viver diante de Deus, recebendo direção e governo diretamente Dele.
O agir da consciência
“Erguendo-se Jesus e não vendo ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?” (João 8:10).
“Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: nem eu tampouco te condeno, vai e não peques mais.” (João 8:11).
Devemos estar atentos ao resultado, pois a consciência pode trazer duas coisas opostas: aproximar você de Jesus ou levá-lo para longe Dele. A consciência alerta, mas a minha atitude é o que define se estou fazendo ou não a vontade de Deus. Na história da mulher adúltera em João 8, uma consciência pesada foi o que levou as pessoas a deixarem de apedrejar a mulher adúltera, logo depois, todos se retiraram da presença de Jesus. Mas a mulher permaneceu ali, pois a bondade de Jesus foi e ainda é maior que a mais pesada consciência.
Deus, para quem nada fica escondido, não vê apenas nossos erros, mas também, o sacrifício de Seu Filho, Jesus, que nos traz o perdão. “E nisto conheceremos que somos da verdade, bem como, perante ele, tranquilizaremos o nosso coração; pois, se o nosso coração nos acusar, certamente, Deus é maior do que o nosso coração e conhece todas as coisas. Amados, se o coração não nos acusar, temos confiança diante de Deus; e aquilo que pedimos dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos diante dele o que lhe é agradável.” (1 Jo 3.19-22).
Caro leitor, é muito importante reconhecer os próprios pecados e falhas, e mais importante ainda é confessá-los a Deus, reconhecendo o quanto somos pecadores e, ali na presença Dele, receber Seu iluminar sobre como devemos prosseguir. A partir daquele momento, recebemos um novo começo, a prova de Seu vivo amor e já não podemos desvalorizar tamanha graça e misericórdia. Espero que esta série de textos ilumine o seu viver mostrando o tamanho amor de Deus por você.
Texto inspirado no livro: Os Puros de Coração – Witness Lee. (Editora Arvore da Vida – 126 páginas)
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