Falar sobre a prática de ofertar é um desafio. Há diversos casos de pessoas que enganam ou são enganadas através dessa prática. Por causa dessas deturpações, fica mais difícil compreender a verdade de Deus sobre o assunto. 

Nesse texto falarei sobre uma experiência pessoal na expectativa de incentivá-lo a ter essa prática também.

Primeiro Crônicas 29 relata como o rei Davi preparou os materiais para o templo. Na época, Salomão ainda era um moço inexperiente e iria futuramente construir o templo. Assim, diante de toda a congregação, Davi declarou seu amor pelo templo de Deus . Fez uma oferta de seus bens particulares  e, depois de descrever detalhadamente tudo o que já havia preparado, perguntou ao povo:

“Quem, pois, está disposto hoje a ofertar com generosidade para o Senhor?” (v. 5b).

Então eles fizeram ofertas com alegria em resposta ao testemunho e ao apelo de Davi. Ao final, “o povo se alegrou com tudo o que se fez voluntariamente, porque de coração íntegro fizeram ofertas voluntárias ao Senhor” (v. 9a).

Quando lemos esse relato, pode parecer algo simples. Contudo, sabemos que, muitas vezes, diante da situação em que algo ou alguém nos constrange a ofertar, podemos ficar receosos. Aquele povo era tão humano quanto nós e pode ser que também tenham entrado em conflitos como:

— Será que Deus realmente falou com Davi? Ou ele está nos enganando?

— Para que ofertar dos meus bens para a construção desse templo?

— Quem me assegura que esse Salomão ainda tão jovem vai edificar a casa ao Senhor?

— Isso de oferta não é para mim, vou deixar que os outros façam.

— Preciso dos meus bens para cuidar da minha família. O rei tem muito, ele que faça oferta.

Conflitos como esses também podem aparecer  na nossa mente.

Entretanto, o que essa passagem nos mostra é que ofertar é um ato de fé. Primeiro, fé nas autoridades instituídas  por Deus. São elas que nos fazem apelos, mostram necessidades e administram os recursos. É preciso crer que elas estão encabeçadas por Deus.

 

“Todos devem sujeitar-se às autoridades, pois toda autoridade vem de Deus, e aqueles que ocupam cargos de autoridade foram ali colocados por ele” (Rm 13:1 – NVT).

Pela fé, certeza das coisas que se esperam, também reconhecemos que de Deus vem os nossos bens. Como orou Davi após a oferta:

“Porque tudo o que temos vem de ti, e damos apenas o que primeiro de ti recebemos!” (1 Cr 29: 14b).

E ainda, essa oferta deve ser feita segundo a nossa prosperidade (1 Co 16:2) e às bênçãos do Senhor na nossa vida. A Bíblia nos mostra que não há uma quantia definida como ideal, ou uma porcentagem – diferente do dízimo – o valor é definido caso a caso diante de Deus.

Não podemos esquecer das vezes em que a dificuldade em ofertar vem do medo de que aquele dinheiro possa nos fazer falta. E aí voltamos à questão da fé, pois, as aves nem plantam nem colhem e não passam fome (Mt 6:26). É das mãos Dele que vem os recursos e é Ele quem deve administrar e suprir cada uma das nossas necessidades. Nós buscamos em primeiro lugar o reino e a justiça de Deus e Ele nos acrescenta todas as coisas que necessitamos. (Mt 6:33).

Portanto, a oferta é parte da obra e do propósito de Deus. É um exercício, um hábito, uma prática, um dom e um ministério. Através da oferta, damos glória ao nosso Senhor e confirmamos que as riquezas vêm Dele, que domina sobre tudo. Confessamos que nós não somos dignos para ofertar voluntariamente o que das mãos Dele recebemos (1 Cr 29: 11 – 14).

Vamos orar:

“Senhor Jesus, dá-me um coração de fé, que reconhece que tudo o que sou vem de Ti. Todos os meus bens vieram das tuas mãos, tudo que é meu, na verdade, é Teu. Ensina-me a ofertar com um coração voluntário, de alegria e paz. Elimina todo conflito, acusação e mentira que possam tomar conta da minha mente. Ensina-me a cuidar daquilo que o Senhor me deu. Eu te agradeço e te louvo porque não sou digno de fazer oferta ao Senhor. Teu, Senhor, são o poder, a grandeza, a honra, a vitória e a majestade”.