Há alguns dias, perguntei a uma criança se ela gostaria de ganhar uma peça de roupa como presente de aniversário. A resposta imediata foi “não”. O interessante é que, quando eu era criança, roupas também não tinham valor pra mim. Se eu fosse decidir, escolheria um brinquedo ou até mesmo um chocolate, mas roupas eu nunca queria ganhar.

Assim, comecei a perceber que, até hoje, sou seletivo quanto às coisas que eu quero. Isso ocorre porque taxamos tudo em nossa vida. Antes de fazer, vemos se vale a pena, isto é, se vamos sair ganhando. Assim vemos o quanto nossa mente ainda é corrupta. 

Isso se agrava quando trazemos tal mentalidade para o âmbito espiritual. Se nos perguntarem do que mais gostamos, nossas respostas serão voltadas às coisas para as quais damos valor. Uma festa, um emprego, uma música, um estilo ou marca de roupa, amigos, família, entre outros.

Por que Jesus não é nossa resposta imediata? A verdade é que gastamos tanto tempo com as coisas do mundo, que a cada dia elas se tornam mais valiosas para nós.

Dedicamos pouco tempo de nossos dias ao Senhor, à oração, à Palavra e, por isso, não enxergamos a real importância Dele em nossas vidas. Não abrimos espaço para que Ele trabalhe em nós e acabamos não percebendo os milagres, maravilhas e  livramentos que Ele concede a cada minuto.

Por isso, precisamos lembrar de uma ordem bastante séria: 

Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele (1 Jo 2:15) 

As coisas do mundo têm data de validade

Viver no mundo ou para as coisas do mundo envolve lidar com dilemas passageiros: você quer uma coisa e a consegue, mas, no fim, aquilo que antes desejava não importa mais e você passa a querer outra coisa. Nossa vida está pautada em buscar algo além, de modo que jamais encontramos o que nos satisfaz, pois sempre descobrimos algo novo, e o resto perde valor. 

Por falar em valor, se eu oferecer a você uma moeda de um real, talvez você dissesse ”pode ficar com ela”. Afinal, o que um real mudaria? Porém, se eu oferecer um carro zero quilômetro, você prontamente aceitaria. Se compararmos a moeda de um real ao carro, notaremos que ambos têm o mesmo fim. 

Um dia, a moeda teve seu valor. Dependendo da sua idade, lembre-se do que você conseguia comprar com um real: muitos doces, ou até mesmo um Kinder Ovo e coisas parecidas Mas, atualmente, isso não acontece. 

Quanto ao carro, é possível vê-lo desvalorizar ainda em suas mãos. Após seis meses, já não será um veículo novo; após dois anos, será impossível vendê-lo pelo mesmo preço que custava no começo. Você verá o quanto esse carro tirou dinheiro de você, pois necessita de manutenção, de gasolina, entre outros cuidados. No final, pode pesar como um saldo negativo. 

As coisas de Deus não perdem o valor

As coisas do Senhor não perdem valor, pois Sua palavra é poderosa e capaz de suprir qualquer necessidade.

Uma Bíblia de 150 anos contém a mesma Palavra que a Bíblia que você tem em casa. Aliás, anos se passam, e a Palavra não perde valor. Ao contrário: ela ganha! Torna-se uma Palavra mais rica em nossa experiência. 

Tudo que vem do Senhor é valioso, por isso precisamos buscá-Lo e morrer para as coisas deste mundo. Esse é o ensino de Paulo em Colossenses 3:1-3. Morremos com Cristo e ressuscitamos com Ele. Então, sabemos o que devemos buscar! Nossos olhos não podem estar divididos entre céu e terra. Morremos e ressuscitamos com Cristo para buscar as coisas lá do alto, não de maneira teórica, mas em realidade. Precisamos da graça do Senhor, do poder de Sua palavra e de Seu Espírito para que a esfera celestial seja real para nós.

Acumular tesouros no céu, porque somos de Deus, não do mundo

Onde vale a pena acumular tesouros: na terra ou no céu? Devemos olhar para o Senhor ou para o mundo? Servir a Deus ou às riquezas? Buscar primeiro o reino de Deus ou bens terrenos? A Palavra nos instrui com clareza:

Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas acumulem para vocês tesouros no céu, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam. Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração.

Mateus 6:19-21

“Deus diz: “Você é Meu!”. Mas o diabo diz: “Não! Ele é meu!”. A qual dos dois pertencemos? Imaginemos que duas pessoas reivindicam ser o dono de um cachorrinho lindo e dócil. Há um teste muito antigo para descobrir quem é o dono: uma pessoa fica de um lado, e outra fica do outro lado. Solta-se o cachorrinho no meio delas e pede-se que as duas o chamem. O dono dele será aquele para quem o cachorrinho se dirigir. De um lado, Deus nos chama; de outro, o diabo também está a nos chamar, disfarçado de mundo ou de riquezas. Para quem iremos? Não podemos servir a dois senhores. Que nossa reação e atitude seja ter um coração sempre voltado para o Senhor, nosso verdadeiro dono!”

(Alimento Diário: O Reino de Deus – O governo divino de eternidade a eternidade)

Aplique-se na comunhão com Deus e veja o verdadeiro tesouro!

Dedicando mais tempo ao Senhor enxergaremos Seu real valor. A Palavra de Deus é um tesouro preciosíssimo e bastante acessível a nós. Se nossas vidas estiverem firmemente embasadas na Bíblia, seremos verdadeiramente felizes e não precisaremos de mais nada, pois teremos encontrado o maior tesouro de todos, o qual o Senhor nos concede gratuita e generosamente: Ele mesmo. Em suas palavras, que são espírito e são vida, podemos encontrá-lo. Ele se torna real em nossas vidas e nada mais pode competir com o supremo valor da riqueza que há em conhecê-lo. Tal tesouro excelente, que jamais pode ser roubado, ou perder seu valor!


Colaboração enviada por Cainã Cassiano. Envie sua Colaboração para o Eu Vos Escrevi! Para saber como, clique aqui.