Desde Gênesis é possível perceber que há dois lados. Duas sementes opostas. Duas atmosferas diferentes. Há o espiritual, e o carnal. Semelhantemente, existem duas “mesas”: a de Satanás e a do Senhor. Cada uma tem o seu alimento: um para a morte e o outro para a vida.
Por mais estranho que possa parecer, Satanás deseja alimentar o homem. Na verdade, ele deseja atraí-lo para comer de suas finas iguarias diariamente, depois enganá-lo e usurpar o lugar de Deus em seu coração.
Isso não é uma nova estratégia, pois desde o princípio o inimigo de Deus tem tentado o homem com seus pratos requintados e isso se estende até os dias de hoje. No Éden, ele tentou Eva com o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Na história de Israel, o rei da Assíria tentou o povo com uma terra semelhante a de Canaã, terra de cereal e de vinho. Na corte da Babilônia, o Rei determinou a ração diária das finas iguarias de sua mesa, para Daniel e seus amigos. No deserto, Satanás tentou o Senhor Jesus (Gn 3: 1-5; 2 Rs 18:31-33; Dn 1:5; Mt 4:3,5-6,8-9).
É preciso entender que Satanás não oferece, ele determina sua dieta para as pessoas. Ele traz consigo conceitos, ideias, informações que podem corromper nossos valores, distorcer a verdade, disfarçar o profano de santo, o mal de bem. O diabo penetra em nossa mente e substitui a adoração ao Senhor pelo culto a criatura. O inimigo nos leva a abrir mão de nossa fé, a não guardar a palavra do Senhor, a desobedecê-Lo e frustrar o Seu plano:fazer o homem expressar o Seu reino na terra.
As coisas determinadas por Satanás não duram para sempre, elas não satisfazem definitivamente. Ou seja, enquanto a pessoa estiver “comendo” ela estará satisfeita, mas a partir do momento em que ela parar de “comer”, ela se sentirá insatisfeita, triste, angustiada, sem sentido para viver.
Em contrapartida, existe a mesa do Senhor e os alimentos que estão sobre ela duram para sempre. Ou seja, quem come da mesa do Senhor é satisfeito eternamente, fica unido com Ele e O expressa (Sl 16:11; Jo 4:14; 1 Jo 3:6).
Desde o Éden, o Senhor deseja que o homem coma de sua mesa, Ele criou a árvore da vida para que o homem comesse dela, ganhasse a vida divina e vivesse para sempre ao Seu lado. Na saída do Egito, durante o êxodo pelo deserto, o Senhor sustentou o povo com o maná e com a água que saía da rocha. No cativeiro na Babilônia, o Senhor sustentou Daniel e seus amigos, Ester e o povo de Israel. Cristo é o pão que desceu do céu para desfrute de todo aquele que Nele crer. Ele ofereceu Seu próprio corpo e sangue na mesa da páscoa. Além disso, Ele supriu duas vezes as multidões, multiplicando os pães e peixes (Gn 2:9; Ex 16:4, 14-18; Nm 20:11; Dn 6:3; Et 5:2; Jo 6:51; Jo 1:29; Jo 6:11-13; Jo 8:6-9).
Aquele que come do Senhor frutifica de acordo com a natureza divina e quando suas obras forem provadas pelo fogo, elas serão aprovadas (Gl 5:22).
O ser humano muitas vezes é tentado pelo inimigo a comer de sua mesa, permanecendo na atmosfera da alma, mas a mesa do Senhor é acessível e hoje ela está dentro do homem, no seu espírito. Assim, toda vez que uma pessoa invoca, lê a palavra e os livros espirituais, canta os hinos, tem comunhão, ela desfruta da mesa do Senhor e é salva de qualquer situação (Sl 145:18; Jl 2:28-32; At 2:21; Mt 1:23).
Melhor é se voltar e comer da mesa do Senhor, mesmo em situações críticas, em que há benefícios humanos com prejuízos espirituais. Por exemplo, vale a pena escolher priorizar seu tempo de comunhão com Deus quando seu tempo para isso já é pouco e poderia ficar menor ainda. É a situação quando o patrão oferece aquela promoção, que resultará em mais benefícios financeiros, porém, em menos comunhão e tempo para as coisas do Senhor, precisamos ficar atentos e escolher sabiamente, se necessário for até consultar algum irmão com testemunho adequado, para tomar a melhor decisão. Afinal, não vale a pena ganhar o mundo inteiro e perder nossa alma no caminho.
Outra situação crítica é quando o grupo de “amigos” incentiva a fazer coisas que confrontam os valores cristãos. Nessas horas, para se alimentar da mesa do Senhor, escolhemos não fazer o que eles incentivam. É que na presença do Senhor há abundância de alegria e satisfação verdadeira, que nos realizam mais plenamente que simplesmente fazer algo ruim pelo incentivo de amigos para ser aceito por eles (2 Co 9:10, Sl 16:11; Lc 12:29-31; Sl 84:10).
De que mesa você tem se alimentado? Se você não tem certeza é só observar seus frutos, sua expressão da vida divina. Salmos 115:4-8 relata algumas características dos ídolos e que aqueles que os fazem e os adoram se tornam semelhantes: têm boca, mas não falam mais da vida; têm olhos, mas não tem visão espiritual; tem mãos, mas não tocam mais o Senhor; tem pés, mas não frequentam as reuniões; têm nariz, mas não têm o fôlego de vida ardendo dentro de si.
Então lembre-se: não podemos parar de vigiar porque “o prato” que o inimigo vai determinar vai ser de acordo com o nosso desejo íntimo. Se aceitarmos sua comida seremos um com ele, mas se rejeitarmos, refugiados no Espírito, seremos um com o Senhor e continuaremos cumprindo o Seu plano (Gl 5:19-23).
Se essa é a sua realidade, saiba que há uma saída, que é possível mudar essa condição. Não tenha medo, confie no Senhor, pois Ele supriu o seu povo desde o princípio e não o deixou perecer em nenhum momento da história. O Senhor tem um convite para você, a sua mesa já está preparada e Ele te chama, dizendo: “Ó vós, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite” (Isaías 55:1). Aceite, venha para as reuniões da igreja, compre sem dinheiro, coma, se farte e se satisfaça para sempre.