“E disse ela:
– Ah! Meu senhor, tão certo como vives, eu sou aquela mulher que aqui esteve contigo, orando ao SENHOR. Por este menino orava eu; e o SENHOR me concedeu a petição que eu lhe fizera. Pelo que também o trago como devolvido ao SENHOR, por todos os dias que viver; pois do SENHOR o pedi.
E eles adoraram ali o SENHOR. Então, orou Ana e disse:
– O meu coração se regozija no SENHOR, a minha força está exaltada no SENHOR; a minha boca se ri dos meus inimigos, porquanto me alegro na tua salvação.”
1 Sm 1:26-27, 2:1
Certa vez, li uma pregação que dizia que a alegria de Ana era “no SENHOR”, e não no filho que nascera. Por muitos anos fui incapaz de entender o sentido disso. O capítulo 1 de 1 Samuel mostra uma mulher profundamente angustiada por não ter filhos. Ela então engravida, entrega seu filho no templo e está feliz. OK, era para estar feliz mesmo, mas por que a alegria dela não era no fato de agora ter um filho?
Ana era uma israelita, e naquele tempo, uma mulher estéril era vista como uma mulher amaldiçoada. Ela queria ter um filho, sofria bullying da outra esposa do marido e o julgamento da sociedade. Hoje, porém, vejo que seu maior sofrimento era sentir-se abandonada pelo SENHOR. Só então entendi que a alegria de Ana não foi exatamente seu filho, foi ter sido respondida. A alegria dela estava em ter a certeza de que era amada por Deus, Ele olhava para ela e cuidava de suas necessidades. Essa foi a alegria de Ana, e então ela se regozijava no SENHOR.
Mas ainda há mais um detalhe nessa história: a alegria de Ana começa nos versículos 17 e 18:
“Então, lhe respondeu Eli:
– Vai-te em paz, e o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste.
E disse ela:
– Ache a tua serva mercê diante de ti.
Assim, a mulher se foi seu caminho e comeu, e o seu semblante já não era triste.”
De fato, a grande alegria de Ana foi quando teve sua oração atendida, mas toda aquela angústia acabou muito antes disso. Acabou no momento em que ela recebeu a promessa, no momento em que ela creu que sua oração foi atendida o seu semblante já não era triste!
Eu tenho vivido isso. Por muitas vezes tive e tenho orações que não são respondidas, isso me faz perguntar se há alguma maldição sobre mim, me faz sentir condenada por algum pecado, do qual já me arrependi, mas ainda deixo o inimigo me acusar e me fazer sentir impura para me aproximar do SENHOR.
Ao olhar a história de Ana, quando finalmente pude entender essa passagem, percebi que posso mudar o meu semblante, pois um sacerdote olhou para mim, um sumo sacerdote que se compadece das minhas fraquezas (Hb 4:15) “e esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve.” (1Jo 5:14).
Neste ano vi orações que eu havia feito há 15 anos serem respondidas, quando experimentei essa alegria entendi a felicidade de Ana. Tenho ainda tantas orações a serem respondidas, mas já não estou triste, pois sei que o SENHOR olha para mim.
Querido leitor, não creia nas suas fraquezas. Creia no poder do Evangelho!