Começa agora a série sobre o livro “Os Grandes Diamantes da Bíblia”. Neste primeiro texto, falaremos sobre as seis colunas do ministério neotestamentário, itens muito importantes que devem fazer parte da vida de um cristão. São elementos de sustentação que precisamos praticar todos os dias. Antes de falarmos sobre as colunas, é importante ressaltar que a Economia Neotestamentária de Deus é a revelação da vontade do próprio Deus pelo Espírito, ou seja, Seu plano de salvação para o homem. Dito isso, vamos começar.

VIVER CRISTÃO – SEIS ITENS ESSENCIAIS

1) Invocar o Nome do Senhor

Nas atividades diárias é difícil parar vários momentos para ler a bíblia e orar. Mas a todo tempo, independentemente de quão atarefados estejamos, podemos chamar e clamar por Jesus, chamando pelo Seu Nome. “Senhor Jesus. Jesus. Ó Senhor Jesus”. (SL 4:1; 8:9; 17:6; 18:6; 116:1-4; JR 29:12-13).

Em Ap 3:8 diz: “Eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar – que tens pouca força, entretanto, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome“. Nós somos de pouca força, mas temos O Nome que está acima de todo nome. Quando invocamos o Nome do Senhor somos fortalecidos, encorajados, animados e enchidos de vigor para prosseguir e perseverar na carreira cristã.

Este Nome nos dá vida, nos renova, nos transforma, nos liberta! A cada momento, nos traz a salvação (RM 10:13). Eis o tempo sobremodo oportuno! Aproveitemos cada momento para invocar o Nome de Jesus.

“Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto” (Isaías 55:6).

2) Negar a vida da alma, tomar a cruz e seguir o Senhor

A segunda grande coluna do ministério neotestamentário é negar a vida da alma, ou seja, negar a si mesmo, tomar a cruz e seguir o Senhor. Essas palavras foram ditas pelo próprio Senhor Jesus: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16:24). Imagine um copo cheio de refrigerante: se você deseja beber água nele, você precisa esvaziá-lo para que consiga enchê-lo de água. Todos os cristãos desejam crescer em vida, porém essa vida não pode crescer se não nos esvaziarmos de nós mesmos. Nossa vida da alma é cheia de si mesma, se não a renunciarmos não há como a vida divina crescer em nós. Como conseguiremos seguir o Senhor se estamos cheios de opiniões, conceitos e vontades naturais? Temos a necessidade URGENTE de negar a nós mesmos. Somente assim a vida de Deus terá espaço para crescer e amadurecer em nós.

O Senhor Jesus é o nosso melhor modelo: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus, antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens, e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de Cruz.” (Fp 2:5- 8). Jesus negou completamente Seu ego. Ele não tinha liberdade para fazer o que queria nem na hora que queria. Muito pelo contrário, negou a Si mesmo para ser totalmente submisso à vontade do Pai.

3) Crescer em vida para reinar no mundo que há de vir

O livro de Daniel nos diz: “Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre” (Dn 2:44). Todos os reinos deste mundo estão sobre o domínio de Satanás. Ele é o príncipe desse mundo, é quem promove intrigas, discórdias e inimizades. Graças ao Senhor, isso terá fim! Deus prometeu um reino de paz e de justiça no mundo que há de vir: “O sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no céu grandes vozes, dizendo: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos” (Ap 11:15). Esses versículos nos revelam que haverá um reino futuro. O livro de Hebreus nos diz: “Pois não foi a anjos que sujeitou o mundo que há de vir, sobre o qual estamos falando” (Hb 2:5) . Esse reino que há de vir será confiado ao homem! Nosso Senhor quer nos entregar o Seu reino, mas para isso precisamos nos equipar, precisamos permitir que Vida de Deus cresça em nós. (Lc 12:32). Precisamos ser capacitados, assim como uma criança carece de amadurecimento para receber a herança paterna. Seria negligência de qualquer pai entregar suas riquezas a um filho despreparado e incapacitado para administrá-las corretamente. Por isso, Deus preparou um lugar onde podemos aprender a crescer e amadurecer em vida: “Digo, pois que durante o tempo em que o herdeiro é menor, em nada difere de escravo, posto que é ele senhor de tudo. Mas está sob tutores e curadores até o tempo pré-determinado pelo pai” (Gl 4:1-2). No viver da igreja, podemos amadurecer até que estejamos aptos para receber a nossa herança!

4) O ministério de Espírito e vida

O ministério de Espírito e vida é a quarta grande coluna do ministério neotestamentário. Esse era o ministério de João e quando lemos o Evangelho de João podemos conhecer a vida do próprio Senhor que, quando homem, morreu, ressuscitou e tornou-Se o Espírito. João era um homem muito próximo de Deus. Até mesmo quando ele esteve exilado em Patmos sua comunhão com o Senhor, certamente, foi íntima (Ap 1:9).

O Senhor pode ser contatado onde quer que você esteja e sem restrição de tempo ou espaço.

Amado leitor, devemos valorizar essa oportunidade que temos de poder contatar o Senhor. Todos nós sabemos que o dia a dia é como uma luta, mas para nos tornarmos íntimos de Deus, assim como João era, devemos nos achegar à presença do Senhor desde a manhã, lendo a Palavra e invocando o Seu nome.

Este é O Nome que nos leva a ser íntimos de Deus, pois chamamos a própria pessoa do Senhor Jesus para dentro de nós. Valorize a sua comunhão com Ele! Temos o Nome e a Palavra que nos permitem ter uma experiência bem de perto do Senhor e nos enchem de Espírito e vida. Devemos invocar este Nome não só com a boca, mas que os nossos pensamentos estejam voltados a Ele e que nos esvaziemos de toda distração.

5) A prática da palavra

A palavra de Deus é viva e eficaz (Hb 4.12), mas ela só pode ter esses efeitos se for praticada. Em Lucas 6.47-49, temos o exemplo alguém que ouve e pratica com o de alguém que não pratica. Aquele que atenta à prática da palavra permanece, porque faz a vontade de Deus e a Palavra é sua vida, e ela permanece para sempre (Is 40.8; 1 Pe 1.25; 1 Jo 2.17). Contudo, aquele que é apenas ouvinte, apenas adquirindo conhecimento, engana-se a si mesmo (Tg 1.22). Isso acontece porque este pensa que está bem, porém muitas vezes seu coração já está cauterizado de tanto ouvir a Palavra e não praticá-la. Dessa forma, quando a ouve, ela já não faz mais efeito algum, pois seu coração é como aquela terra dura da parábola do semeador, da beira do caminho, que o Maligno arrebata-lhe o que nem sequer penetrou na terra (Mt 13.4,19). Quando nos acostumamos a ouvir a palavra e não nos dispomos a reagir, ficamos assim: insensíveis. A palavra não entra em nós e é só uma questão de tempo para o Maligno arrebatá-la do nosso coração. Esse é o motivo que faz muitos cristãos não conseguirem experienciar a transformação de Cristo em suas vidas. Eles se acostumaram a ouvir a Palavra sem precisar reagir a ela. Nada queima em seu interior.

Por esse motivo, devemos nos alertar: se desejamos estar em pé e ser grandes conhecedores da Bíblia, precisamos cuidar para não cair (1 Co 10.12). Não deixemos a dureza de coração nos enganar. Vamos atentar para cada palavra ouvida ou lida. Procuremos viver cada palavra! Deste modo, até nossa pregação do evangelho será diferente, pois não falaremos de um Cristo que sabemos, antes, pregaremos um Cristo que experimentamos!

“Ora, se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes” (Jo 13.17).e

recurso das aspas.

6) Alimentar os conservos

Alimentar os conservos está diretamente ligado ao item anterior, a prática da palavra, por dois motivos principais: 1) quando alimentamos os conservos estamos praticando a palavra (Mt 24.45; Lc 9.13; Jo 21.15-17); 2) a nossa prática da palavra influi diretamente na maneira como alimentamos os conservos (1 Pe 5.2-3), pois os alimentaremos com algo que experienciamos e não vamos impor doutrina, mas seremos referência da palavra.

O principal negócio de Deus são as pessoas

Quando cuidamos delas, mostramos ao Senhor que somos homens de Sua confiança, somos administradores interessados pelos negócios do Pai. Por isso que o Senhor disse que entregaria todos os Seus bens ao servo fiel e prudente que alimenta os seus conservos (Mt 24.45-47); esse servo é digno da confiança de Deus.

Oséias 11.4 fala que o Senhor atrai seu povo com cordas humanas, com laços de amor e que Se inclina para dar-lhes de comer. Nós somos as cordas humanas que o Senhor usa para atrair as pessoas, para mantê-las amarradas ao Pai. Quanto mais a capacidade do nosso coração aumenta, mais seremos usados como laços de amor, pois amaremos mais e mais pessoas. Até mesmo os nossos inimigos e perseguidores serão alcançados, pois oraremos para que eles vejam o Pai (Mt 5.44). Esse mesmo versículo diz que o Senhor se inclina para dar de comer. Ora, o Senhor é a Cabeça, e nós, o Seu Corpo. Quando alguém se inclina, o seu corpo se inclina, não apenas a cabeça. O corpo se inclina para levar a cabeça ao nível dos olhos de alguém e as suas mãos dão de comer. Que maravilhoso! Nós devemos nos inclinar para levar Cristo ao nível dos olhos das pessoas, para que elas possam vê-Lo e, assim, dar-lhes de comer. Afinal, é nossa incumbência alimentá-las (Lc 9.13; Mt 14.16).

Nos relatos das multiplicações de alimento, sempre há pouca comida e muitas pessoas com fome (Mt 14.17; 15.34). Isso indica que não devemos jamais achar que nossa “comida” é pouca e usar isso como desculpa para retê-la e não alimentar as pessoas com o que recebemos de Deus. O Senhor quer usar aquilo que Ele nos tem dado e Ele é fiel em nos alimentar, bem como é fiel em multiplicar o que oferecemos para alimentar os que têm fome.

Sejamos corajosos, homens da confiança de Deus, que cuidam do Seu negócio nesta terra: as pessoas.

CONCLUSÃO

De fato, essas colunas precisam fazer parte do nosso viver. E quais são mesmo?

  • Invocar o Nome do Senhor
  • Negar a vida da alma, tomar a cruz e seguir o Senhor
  • Crescer em vida
  • Ministério de Espírito e vida
  • Praticar a Palavra
  • Alimentar os conservos

Não só falar, porém praticá-las. O Senhor deseja ter servos fiéis e prudentes como João, que negam a vida da alma e que dependem Dele, invocando o Seu nome, crendo e praticando as Suas palavras e alimentando os conservos por amor a Ele. Essas seis colunas nos levam a ter um viver no Espírito e cooperam para  que Deus cumpra o Seu plano em nós!

Texto inspirado no capítulo 01 do livro “Os Grandes Diamantes da Bíblia”. Escrito por Felippe Rodrigues, Isabela Costa, Tassia Dias e João Lucas Martins.