Em nossa caminhada nesta terra passageira, cometemos erros e acertos. Após a queda do homem no jardim, o pecado tornou-se parte de nossa constituição e, inevitavelmente, falhamos em muitas de nossas atitudes e escolhas (Rm 3:23). Mesmo após a experiência de receber Jesus ‒ o único homem perfeito que já existiu ‒ como nosso Senhor, chegamos à mesma conclusão de um apóstolo bastante usado por Deus: não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. (…) Desventurado homem que sou! (Rm 7:19, 24b)
Perceber quão fracos e limitados somos não apenas é necessário, mas também é parte do nosso processo de santificação. Contudo, nossa experiência não deve se limitar apenas a reconhecer nossos erros e fraquezas. Precisamos ver que temos um Salvador, Jesus, e Ele é a solução para todos os nossos problemas! O Pai preparou uma salvação completa, e Ele deseja restaurar nossa sorte completamente, para Sua honra e glória.
Nesse sentido, a Bíblia nos dá algumas referências que servem de inspiração. Levi, o terceiro filho de Jacó (Gn 29:34), foi o modelo de alguém que transformou maldição em bênção. Vejamos seu exemplo e tenhamos o coração repleto de esperança, confiando que Deus pode transformar a mais triste história em um testemunho extraordinário de Seu poder, misericórdia e amor!
Levi: O filho amaldiçoado pelo próprio pai
Gênesis 34 relata o triste incidente que trouxe maldição à vida de Levi e de seus descendentes. Quando sua irmã, Diná, foi violentada pelo príncipe da terra onde a família de Jacó morava, Levi, junto de seu irmão Simeão, cruelmente matou todos os homens daquele povo. Tal ato não foi aprovado pelo patriarca Jacó, que, por sua vez, em seu leito de morte, ao proferir bênçãos a cada um de seus filhos, disse-lhes:
Simeão e Levi são irmãos; as suas espadas são instrumentos de violência. No seu conselho, não entre minha alma; com o seu agrupamento, minha glória não se ajunte; porque no seu furor mataram homens, e na sua vontade perversa jarretaram touros. Maldito seja o seu furor, pois era forte, e a sua ira, pois era dura; dividi-los-ei em Jacó e os espalharei em Israel. (Gn 49:5-7)
Ao liberar tão duras palavras, Jacó selou um futuro de grande tristeza à descendência levita. Podemos ser tentados a pensar que, para os integrantes dessa tribo de Israel, a vida se resumiria apenas a colher tão pesada maldição. Porém, algo ocorreu e toda essa situação mudou!
A bênção de Moisés sobre a tribo de Levi
Podemos imaginar que, diante dessa maldição, algo surgiu no coração de Levi e estendeu-se a seus sucessores: “Eu preciso reverter essa maldição. Eu me arrependo das minhas escolhas erradas do passado e quero ser abençoado!”. Então, a oportunidade de mudar a história dessa tribo chegou quando a nação de Israel, que se encontrava no deserto após ser liberta da escravidão do Egito, levantou-se para adorar o bezerro de ouro (Ex 32:1-10). Naquela ocasião, Moisés fez um chamado:
Vendo Moisés que o povo estava desenfreado, pois Arão o deixara à solta para vergonha no meio dos seus inimigos, pôs-se em pé à entrada do arraial e disse: Quem é do Senhor venha até mim. Então, se ajuntaram a ele todos os filhos de Levi. (Êx 32:25-26)
Essa atitude mostrou um coração de arrependimento e de sensibilidade para com Deus. Assim, todos os membros da linhagem de Levi foram abençoados. Tal fato se confirmou quando Moisés, ao profetizar sobre essa tribo, disse:
Dá, ó Deus, o teu Tumim e o teu Urim para o homem, teu fidedigno, que tu provaste em Massá, com quem contendeste nas águas de Meribá; aquele que disse a seu pai e a sua mãe: Nunca os vi; e não conheceu a seus irmãos e não estimou a seus filhos, pois guardou a tua palavra e observou a tua aliança. Ensinou os teus juízos a Jacó e a tua lei, a Israel; ofereceu incenso às tuas narinas e holocausto, sobre o teu altar. Abençoa o seu poder, ó Senhor, e aceita a obra das suas mãos, fere os lombos dos que se levantam contra ele e o aborrecem, para que nunca mais se levantem. (Dt 33:8-11)
Levi errou ao usar a violência e não foi abençoado por Jacó. Entretanto, ele transformou toda maldição em bênção, simplesmente por ter um coração de colocar os interesses de Deus acima dos seus ‒ sentimento que se perpetuou por gerações. Fixar os olhos em Deus tornou essa tribo especial dentre todos os filhos de Israel.
Jovens que transformam maldição em bênção
Amado leitor, tudo na esfera celestial é definido por um coração adequado e desejoso. Se em seu passado há o registro de más escolhas, saiba que ainda existe esperança e um futuro para você! Pecados possuem consequências; o arrependimento também!
Clame ao Senhor por Sua bondade, que conduz qualquer pecador ao arrependimento (Rm 2:4), e tenha sua história restaurada para honra e glória do nosso Deus e Pai amoroso. Creia que tal restauração não ficará restrita apenas à sua vida. Em oração, você e eu podemos clamar por cada pessoa ao nosso redor que se encontra aflita, exausta e necessitada da intervenção abençoadora de Deus.
O anelo do Pai é que se erga uma geração de jovens que O amam e que colocam Seus interesses em primeiro lugar, transformando toda maldição em bênção. Jesus é o Senhor!
Querido leitor, espero que a leitura desse texto tenha impactado sua vida! Aproveito a oportunidade para convidá-lo a desfrutar da mensagem e do devocional que foram utilizados como base para o texto. Acesse:
Mensagem: “Minha Escolha: Viver no Plano Celestial“, ministrada por Miguel Ma.
Devocional: Semana 4 do “Alimento Diário – Buscar em Primeiro Lugar o Reino de Deus“ .
Que Deus abençoe você!