Incrível como o Salmo 73, de Asafe é rico em experiências bem humanas. Asafe significa “é Deus quem faz, é Deus quem está no controle de todas as coisas”.
Salmos 73:1 noz diz: “Com efeito, Deus é bom para com Israel, para com os de coração limpo”. O primeiro versículo começa pontuando “a verdade”. Provavelmente remete ao fato de que o salmista concluiu que Deus é bom para com o Seu povo, mesmo depois de Asafe ter passado por inquietações.
No decorrer do salmo, vem a exposição do próprio escritor sobre sua incredulidade, ainda que temporária, a respeito do trabalhar de Deus; do significado de justiça divina x justiça humana; da revolta com a prosperidade dos maus e a ideia de que Deus não faria nada.
Por conseguinte, o salmista conseguiu dar um basta a todo questionamento mental somente quando entrou no santuário de Deus: “até que entrei no santuário de Deus” (vs 17). É isso que precisamos fazer.
A resposta às inquietações vai aparecer quando entrarmos no santuário de Deus. É ali que a graça nos alcança, situação que o mundo não pode entender.
O resultado para o salmista foi a paz com o Criador e a certeza de que nada ficaria oculto debaixo do Sol. Muito menos a injustiça dos orgulhosos ficaria oculta. O salmista teve sua ignorância e sua irracionalidade expostas.
Então, em certo ponto, ele reconheceu a preciosidade maior de um cristão: “ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração.”
Ao perguntar “quem mais tenho eu no céu?”, o salmista, na verdade, entendeu que não há coisa maior no céu do que o seu Senhor. Muito menos na terra: “Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em quem eu me compraza na terra” (vs 25).
A pergunta não foi “Quem mais tenho eu na terra?”. Tampouco Asafe perguntou “O que mais tenho eu na terra?”
Não. A pergunta iniciou com um “Quem”, indicando que sombra de coisa alguma substituiria uma Pessoa. O salmista procurava por uma Pessoa para ser seu complemento. O salmista sabia que a centralidade de seu equilíbrio era uma só Pessoa.
Portanto, sabedor de que a centralidade de sua felicidade residia em uma Pessoa, continuou a pergunta: “… tenho eu no céu?”
Ele sequer cogitara algo na terra. Ele viu que a terra já não lhe era suficiente. Audacioso, buscou os céus. A resposta (para tudo o que se passava em sua vida), além de se encontrar em uma Pessoa, também habitava nos céus.
Por fim, já estarrecido – imagino eu – logrou êxito em descobrir que “não há outro em quem eu me compraza na terra”. Mais uma vez o salmista encontrara seus anseios em alguém. E dentre vários “alguéns” não havia outro “quem” que lhe dava prazer.
Finalmente, depois de confiar no processo divino, finalizou com o versículo 28: “quanto a mim, bom é estar junto a Deus; ponho no Senhor o meu refúgio…”
O salmo se inicia e se finaliza com a mesma conclusão: Deus é bom e bom é estar junto a Ele. Asafe era um homem que experimentava comumente a presença de Deus e era acostumado a entrar no Santíssimo lugar. Asafe reconheceu o que sabia desde o princípio: vale a pena guardar o coração puro.
Colaboração enviada por Ethienne Rose.
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